DISFONIA
Especificamente na elaboração da história clínico-ocupacional é fundamental perguntar, detalhadamente, como e onde o paciente trabalha, procurando investigar sua rotina laboral: duração da jornada de trabalho, exigência de tempos e pausas, existência de sobrecarga vocal e psíquica, presença de competição sonora, formas de pressão de chefias, exigência de produtividade, existência de prêmio por produção, falta de flexibilidade de tempo, mudanças no ritmo ou na organização do trabalho, ambiente estressante, falta de reconhecimento profissional e sensação de perda de qualificação profissional, entre outros aspectos citados anteriormente.
A conclusão diagnóstica deve considerar o cruzamento dos subitens acima, com especial atenção à história ocupacional. É importante lembrar que os exames complementares devem ser interpretados à luz do raciocínio clínico. A doença é considerada ocupacional quando existe relação com o trabalho, mesmo havendo fatores concomitantes não relacionados à atividade laboral.
O diagnóstico precoce e o tratamento imediato do distúrbio de voz relacionado ao trabalho possibilitam melhor prognóstico. Isto depende de vários fatores, como grau de informação do trabalhador; efetividade do programa de prevenção e controle médico da empresa; direção da mesma e possibilidade do trabalhador manifestar suas queixas de saúde, sem sofrer represálias explícitas ou implícitas.